quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sustentabilidade da Segurança Social




Segundo notícia do jornal i, as reformas da banca são cerca do dobro das reformas da segurança social. A média das reformas no sector bancário é de 1182 euros, na segurança social é de 472 euros, a média das reformas dos servidores do estado é de 1254 euros brutos por mês. O banco de Portugal ainda é mais generoso, paga cerca de 1500 euros brutos por mês. É profundamente injusto que as diferenças sejam tão significativas, até porque algumas destas pessoas não poderão ter uma velhice digna. O sistema de cálculo das pensões é diferente nestes subsistemas o que explica, em parte, as diferenças. Mas não explica tudo. O sistema da segurança social acolhe um elevado número de pessoas que pouco descontaram durante o período contributivo, por isso, auferem penões muito baixas. Por outro lado, compreende muitas pessoas com reduzidas qualificações profissinais que levou a que descontassem pouco para o sistema da segurança social.

A notícia não deixa de ser sensacionalista. Os jornalistas deveriam procurar esclarecer as razões da diferença e não constatar apenas a existência da mesma. No entanto, abordam um aspecto essencial que se prende com a sustentabilidade da segurança social. No artigo é referido que a transferência do fundo de pensões dos bancos para a segurança social, no futuro, irá pôr em causa a sustentabilidade da mesma.

O governo recentemente empossado para cumprir a meta do défice acordado vai recorrer a receitas extraordinárias. Fala-se na integração dos fundos de pensões do sistema bancário na segurança social. Esta medida resolve um problema de curto prazo, mas cria um problema colossal a longo prazo. O estado ao transferir os fundos do sistema bancário para a segurança social transfere também uma série de encargos futuros que põem em causa a sua sustentabilidade. No fundo, continuamos a adiar a resolução de problemas até que o sistema estoire.

http://www.ionline.pt/conteudo/143743-reforma-na-banca-e-o-dobro-da-seguranca-social

F. Pinheiro



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