sábado, 30 de julho de 2011

Música

É uma das minhas cantoras preferidas. Tem uma voz encantadora e misteriosa, óptima para o tempo de férias.



F. Pinheiro

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Avaliação de professores

As propostas apresentadas pelo ministro da educação para avaliar os professores, veiculadas pela comunicação social, mostram bom senso e poderão trazer estabilidade às escolas. É certo que vai haver sempre quem se oponha, pois não é possível encontrar um modelo de avaliação que agrade a todos.

A promessa de desburocratizar o processo é positiva. Esperemos que não se fiquem pelas intenções. O anterior modelo de avaliação era excessivamente burocrático, o que se traduzia na realização de uma série de tarefas que não eram vantajosas nem para alunos nem para professores.

A ideia de tornar os ciclos de avaliação mais longos e coincidentes com a duração dos escalões da carreira docente é uma boa medida, pois, evita que todos os professores sejam avaliados ao mesmo tempo tarefa que é difícil de executar. Por outro lado, permite que os professores dediquem mais tempo àquilo que é essencial na tarefa do professor- preparar aulas, fazer leituras, dominar em termos científicos as matérias que leccionam, etc.

Por fim, a medida que julgo mais crucial diz respeito à observação de aulas. Garantir que a observação de aulas será realizada por professores da mesma área disciplinar e exteriores à escola é dar um passo no caminho certo da avaliação de professores. Com esta medida, reconhece-se a importância da componente científica na avaliação de professores. O anterior modelo permitia que os relatores fossem avaliados, quando requeriam observação de aulas, por profesores de outras áreas disciplinares. Esta situação configurava um profundo desprezo pela capacidade científica/pedagógica do professor avaliado. É com este tipo de medidas que se combate o eduquês. Por outro lado, a observação de aulas por professores exernos à escola permite, ainda, conferir uma maior objectividade ao processo.

F. Pinheiro



domingo, 17 de julho de 2011

Contra o Eduquês

"Ficámos também a saber , analisando os resultados médios por idade, que a 'repetência' não contribui para melhorar o desempenho dos alunos."
Ana Benavente, Público, 28 de Dezembro de 2000

A ideia de que a repetência é nociva para os alunos e para a educação foi uma ideia que se enraizou, progressivamente, no ministério da educação, após o 25 de Abril. A análise da documentação que os defensores do eduquês foram produzindo, desde o 25 de Abril, foi sempre no sentido de condenar a reprovação dos alunos. Os argumentos aduzidos foram variados. Para alguns, a reprovação dos alunos era perniciosa, pois contribuía para a degradação da sua auto-estima. Nas alguns casos, poderia contribuir para a formação de pessoas pouco equilibradas em termos emocionais. Outros afrirmavam que as reprovações eram sobretudo penalizadoras para as classes mais desfavorecidas. Escudados em pressupostos desta natureza, os ideólogos do ministério da educação foram criando legislação para dificultar as reprovações. Daí que, actualmente, é muito mais fácil passar um aluno sem saber nada do que reprová-lo.

No ensino básico a reprovação dos alunos torna-se ainda mais difícil. Se o aluno tem dificuldades, então, adapta-se o currículo de modo a que ele consiga passar de ano. Adaptar o currículo é uma forma eufemística de dizer exija-se menos do aluno. Por exemplo, se o aluno não consegue contar até 200, então, elabora-se um plano de recuperação em que o aluno apenas precise de contar até 10. Assim, os alunos foram interiorizando a ideia de que iriam passar de ano sem terem que fazer grande esforço. Esta cultura de facilitismo é a principal responsável pelos baixos resultados conseguidos pelos alunos nos exames nacionais.

A ideia de que as reprovações não servem para melhorar o desempenho dos alunos nem sempre é verdadeira. Há alunos que após terem reprovado melhoraram claramente o seu desempenho, desta forma, para alguns as reprovações são benéficas, pois, despertam os alunos para a necessidade de estudar se querem passar de ano. Por outro lado, nas disciplinas em que as aprendizagens são sequenciais como acontece, por exemplo, na matemática, transitar de ano sem dominar as matérias leccionadas durante vários anos irá ter consequências devastadoras, pois, a dada altura serão incapazes de superar as lacunas acumuladas. Esta escola facilitista pretensamente defensora das classes mais desfavorecidas tem contribuído para acentuar as desigualdades sociais em vez de as corrigir. As crianças e os jovens oriundos das famílias desfavorecidas são as principais vítimas da escola inclusiva que convive mal com a cultura da exigência e da responsabilidade.

F. Pinheiro



domingo, 10 de julho de 2011

Encerramento de escolas

O novo ministro da educação fez bem em repensar o processo em curso de encerramento de escolas. Entre as escolas que estava previsto encerrarem nem todas devem encerrar. O critério encontrado para proceder ao encerramento das escolas era apenas o número de alunos. Encerrar uma escola com 15 ou 20 alunos num grande centro não é a mesma coisa que fazê-lo numa zona do interior onde as distâncias que os alunos têm que percorrer são bem maiores. Há crianças de algumas aldeias do interior que têm que percorrer mais de 30 Km para chegarem ao seu centro escolar. Esta situação reflecte-se no seu rendimento escolar, pois, o transporte chega a demorar mais de uma hora, por estradas sinuosas com curvas e contracurvas. Assim, as crianças têm que se levantar muito cedo, de Inverno chegam a levantar-se mesmo de noite. Por vezes, algumas crianças chegam mesmo a vomitar durante a viagem. Esta situação não favorece a realização de aprendizagens.
Mesmo em termos económicos não sei se esta opção será muito vantajosa. O ministério da educação ao concentrar os alunos nos grandes agrupamentos poupa algum dinheiro, mas o transporte por parte das autarquias também custa dinheiro, logo não é líquido que o estado consiga realizar grandes poupanças com o encerramento de algumas destas escolas.

F. Pinheiro