domingo, 27 de setembro de 2009

A exigência na educação como condição de possibilidade da mobilidade social


É a Escola exigente que inclui e que promove a ascensão social. Largadas numa Escola "fácil", com docentes desautorizados e sem sombra de prestígio social, às crianças que não têm mais nenhuma alternativa, nunca lhes serão facultados os meios para irem suprindo as insuficiências de que padecem logo à partida. As suas desvantagens de começo manter-se-ão, porque as crianças mais favorecidas (em muito menor número) poderão sempre ir colmatando as falhas da Escola pública por outros meios e noutras fontes. São precisamente as crianças que mais necessitam da Escola, aquelas que são, praticamente, lá deixadas à sua sorte.
Nos últimos quatro anos, acentuou-se brutalmente a tendência da Escola se ir transformando num depósito indiferenciado de crianças (e de adolescentes), que se querem mantidas no seu interior, em muitos, em demasiados casos, vegetando na irrelevância social donde a Escola não as consegue libertar.
À força de se querer fazer da Escola aquilo que ela não é nem pode ser, a Escola acaba por não ser nada: nem o que devia, nem o que, erradamente, lhe exigem que seja.

[Também aqui.]

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